Homem chora, sim, senhor.

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Muitos meninos são ensinados, direta ou indiretamente, a não chorar.
Desde cedo é esperado que aprendam a inibir suas dores e medos, e que sejam fortes o tempo todo.
Essa imposição social tornou-se um vilão à saúde emocional dos homens. O apego a esse modelo faz com que o comportamento seja passado dde geração em geração, mesmo que inconscientemente. A conseqüência é a formação de homens que, condicionados a serem “super”, cresçam represando e negando sua emoções.
– Engole o choro, menino!
Homem não chora!
Quem nunca ouviu essa frase? O mesmo machismo tóxico que atinge as mulheres (e as coloca em posição de fragilidade e incapacidade) acaba afetando também muitos homens no sentido inverso: eles tornam-se prisioneiros da “obrigação” de serem pilares de força e acabam sentindo real dificuldade em lidar suas próprias emoções, e naturais dores e fragilidades. Mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer, felizmente os tempos têm mudado e muitos homens já perceberam que reprimir emoções para provar sua masculinidade não faz o menor sentido. Cansados de esconderem sentimentos, vêm tentando descobrir onde foram parar as lágrimas que engoliram e têm reivindicado internamente mais espaço emocional.
A psicoterapia tem ajudado muitos homens nesta jornada. Ela cria um espaço de autoconhecimento para falar das emoções e mergulhar nos sentimentos, sem sentir culpa ou vulnerabilidade. Muito pelo contrário, ao descobrir os ganhos de entender e vivenciar as emoções, homens costumam ser melhores pais, melhores companheiros, melhores profissionais e melhores cidadãos.
Homens choram, sim. Seres humanos choram. Chorar alivia o excesso de peso do peito e diminui muitas angustias. É um passo importante na aceitação e no entendimento de uma dor que pode, então, ser trabalhada e resolvida, no devido tempo. Ninguém precisa ser forte o tempo todo. Um homem que lida com suas limitações e dores não é mais frágil; ao contrário, é muito provavelmente, mais feliz.

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